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sábado, 9 de janeiro de 2010

TOP 10 INÉDITO

*HOJE: As 10 Melhores Telenovelas

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10 Motivos para Odiar Lufas-Lufas

Último Capítulo

Talvez James esteja certo sobre tudo isso. Talvez eu devesse dar um tempo para Remus pensar e refletir sobre os últimos dias, que foram bem diferentes (pra não dizer outra coisa). Sempre achei ridículo isso, de precisar um tempo para pensar. Aliás, eu acho que tenho inveja mesmo. Eu gostaria de tirar alguma hora do meu dia para simplesmente pensar exatamente naquilo, mas eu não consigo. Fico pensando nesta situação o dia todo, em todas as horas, minutos e segundos. Mas se James disse (e me convenceu com toda aquela historinha de lobinhos, cachorrinhos e afins), então eu resolvi dar tempo ao tempo. Ainda mais com a mega detenção que recebi por faltar em uma prova. Além do mais, algum idiota jogou uma bomba de bosta na sala de troféus (que tipo de pessoa faz este tipo de coisa? Que desperdício!) e a culpa caiu em cima de mim, já que eu estava fora da sala de aula. Vou ter que ajudar a Madame Pince a recatalogar e limpar os livros da biblioteca. Todos os livros, durante quase uma semana. Malditos lufos! Tomei café rapidamente e fui direto pra biblioteca, quando mais rápido eu começasse, mais rápido eu terminaria e poderia, quem sabe, aproveitar o restinho do sábado. A biblioteca estava estranhamente cheia para um final de semana. Um final de semana com direito a Hogsmeade, diga-se de passagem. Eu nunca vou entender que magia estranha que a biblioteca exerce nas pessoas. Livros em todos os lugares, não se pode falar, se mexer, comer, nem ler nada realmente interessante, como os livros da seção privada (que não foram incluídos na faxina!). McGonagall estava inspirada quando me deu esta detenção. — Senhor Black... – Madame Pince me chamou – Chegou cedo, uh? Por favor, sente-se, sua parceira de detenção ainda não chegou e não quero explicar duas vezes a mesma coisa. — Eu tenho uma parceira de detenção? — Shhhhhhhh! Estamos em uma biblioteca, sente-se ali – ela apontou com a cabeça – E espere, quieto e sem explosões de tinteiros. Parceira de detenção. Por que eu e James nunca fomos parceiros de detenção? Já estava chamando James pelo espelho, pra mostrar como o mundo era injusto com os Marotos, quando vi Madame Pince caminhar em minha direção com uma menina. Uma menina que parecia bastante familiar. Familiar até demais. Eu sou o Black mais azarado de todos os tempos, porque eu devo ter queimado toda a horta de Helga Hufflepuff na vida passada, não é possível que aquilo estava acontecendo. Lá vinha Madame Pince com a irritante Gracie sorridente em seus calcanhares. — Senhorita Thomas, este é Sirius Black. Senhor Black, esta é Gracie Thomas – apresentou Madame Pince, toda pomposa. Como se eu precisasse ser apresentado para alguma pessoa, principalmente para Gracie, aquela que está prestes a arruinar a minha vida com seu uniforme amarelo. — Vamos andando, vamos. O trabalho era fácil. Aliás, seria fácil se pudéssemos usar as nossas varinhas, mas... Por recomendação da prof. McGonagall – Madame Pince gostou de frisar bem esta parte -, ela tomou nossas varinhas. "Você não é o tipo que me inspira confiança e pode corromper qualquer pessoa ao seu lado", ela disse. Gracie tentou falar alguma coisa, mas a bibliotecária ranzinza virou as costas e foi embora, nos deixando no meio daquelas prateleiras cheias de livros velhos e empoeirados. Eu e Gracie nos entreolhamos por alguns segundos. Eu querendo afogá-la na nuvem de poeira mais próxima e ela me encarando, como se eu fosse algum tipo muito estranho. Coisa que eu não era. Comecei a retirar os livros da estante o mais rápido possível, colocando na mesa, sem pensar muito bem no que fazia. No instante seguinte, Gracie começou a espirrar. — Ainda por cima, é alérgica... – eu resmunguei, afastando a franja dos meus olhos. — Black, você viu o que está fazendo? – ela disse com uma voz mandona, limpando o nariz na manga do uniforme. — Pelo menos eu já comecei. — Se você chama de começar a arrumar, jogando os livros em todas as direções, levantando poeira e fazendo barulho, então tá. Ela fez uma careta e espirrou de novo. Cinco minutos depois, Madame Pince apareceu e nos deu uma bronca, por causa do barulho. Existem pessoas estudando e blá blá blá. Bando de mal amados, onde já se viu estudar de sábado. — Então, Black... Por que está aqui? — Porque matei um hipogrifo. — Sério? – Gracie perguntou, parando de limpar a primeira prateleira. Aquilo seria divertido. Comecei a rir e ela borrifou água no meu rosto. — Idiota. — Pra começar, eu nem sabia que lufos pegavam detenção. Ainda mais lufos monitores. O que foi que você fez? Depredou alguma árvore? Deixou de alimentar algum explosivin carente? — Engraçadinho. Você não entende nada de lufos, ninguém de Hogwarts entende... — Eu mal entendo a Grifinória, Thomas. Como é que você quer que eu entenda a sua casa? — Principalmente vocês, grifinórios. — O que tem os grifinórios? – perguntei, começando a me irritar. — Vocês se acham os reis de Hogwarts, a começar por você, Sirius Black. Você e seus amiguinhos, já escutei muito sobre vocês por ai. — E quem nunca escutou? – eu disse sorrindo. — Tá vendo, é disso que estou falando! – ela disse, voltando a limpeza dos livros. — Eu não tenho culpa se vocês têm fama de bobocas. — Nós não somos bobocas! – ela disse em um gritinho agudo. — É, é a inveja... Todo mundo quando nasce quer ser lufo e vestir vestes amarelas, eu sei, Thomas. É maldade nossa. — Ah, Black! Cala esta boca. Você não passa de um riquinho metido, que tem tudo o que quer, na hora que quer e pensa que é o rei de Hogwarts. Você e aqueles seus amigos, principalmente o Potter. Todo mundo comenta de vocês, a escola inteira. São perigosos, metidos e insuportáveis. Sem contar o Lupin, com aquela cara de santo, me enganou. Me enganou – ela disse raivosa, esfregando com excesso de força a prateleira já limpa. Vou contar até dez. Um. Dois. — Do que você sabe sobre o Lupin, hein? Do que você tanto sabe sobre os meus amigos? Três. — E você Black, o que sabe sobre amizade? Quatrocincoseisseteoitonove e DEZ! — Eu não vou discutir com uma pessoa que mal conheço sobre meus amigos. Conheço James, Remus e Pedro há muito mais tempo que você, e seja lá o que você andou escutando, é mentira! Não fale mal dos meus amigos comigo por perto, tá escutando, Dona Amarelinha? Ela me olhou um pouco intimidada, mas suas bochechas estavam vermelhas e os olhos redondos crispando de raiva. Lufos com raiva. Realmente, não vou dormir esta noite com tantos pesadelos. Humf. Quinze minutos depois, ela retornou a falar: — Eu estou aqui por causa do seu amigo, o Lupin. — Você não deve estar falando do mesmo Lupin que conheço, Thomas. — Tá vendo, tá vendo – e ela sorriu toda satisfeita – Black, você não conhece seus amigos. — Do que está falando? — Eu peguei esta detenção por causa do Remus Lupin, o monitor da Grifinória, o seu amiguinho. Eu e ele estávamos conversando no jardim, ontem pela manhã... Oh, então ela chama de assanhamento de conversa? — Daí, apareceu um cachorro, e na hora ele me pareceu muito fofo. Então, eu fiquei de dar banho no tal cachorro, que o já Lupin conhecia, tem até nome o bandido, se chama Snuffles. Lupin sugeriu que eu desse um banho no cachorro, daí eu dei banho, alimentei e tudo mais. Eu estava até disposta a ficar com aquele cachorro, levar pra casa nas férias, mais daí, quando retornei pro salão comunal, ele estava TODO destruído. — Destruído? – perguntei, como se eu não soubesse de nada. — Sim, o cachorro fez uma bagunça. Destruiu almofadas, cortinas, espalhou as cinzas da lareira por todos os cantos, sujou os sofás. Um inferno! — Vocês prenderam o cachorro, ele ficou revoltado! E além do mais, é contra o regulamento ter cachorros aqui em Hogwarts, você deveria saber disso! – eu lembrei, defendendo Remus. — Eu sei, mas o que eu poderia fazer? Foi horrível, horrível! Tinha marca pata suja de cinzas até no teto, se duvidar. — E o que o Remus tem a ver com tudo isso, afinal? — Tudo! Ele me sugeriu o banho, ele sabia que o cachorro era um demônio em pessoa, foi de propósito. Ele sabia, aquele cachorro foi instruído pra destruir nossa sala, eu sei que foi! Minhas amigas falaram: cuidado com o Lupin, olhe os amigos dele! E foi dito e feito, tudo não passou de uma peça. Levei uma bronca, estou detida e sou a vergonha da minha casa... – ela suspirou tristonha e sentou-se em uma cadeira. A expressão da lufa estava deprimente. E eu comecei a ficar também, afinal, o culpado de tudo aquilo fui eu. Nem Gracie, muito menos Remus, que mal deveria saber de toda aquela história. — Sinceramente, Thomas... — O que é? – ela disse, irritada. — Vai começar a rir, eu sei. Vai em frente, isso foi tudo armado. — Remus, nunca mais nunca faria uma coisa desta. — Por que não? Você é amigo dele, você está acobertando. — Não, não. Remus não faria isso porque ele não é do tipo que adestra cães pra destruir salões comunais alheios, principalmente o da Lufa-Lufa. — Sei... Então foi você! – e apontou o dedo pra mim. — Euuuuu? – falei cinicamente. E como! - Eu mal sabia desta história, Thomas. Escuta só isso, não foi Remus, não brigue com ele. Conheço Remus desde os meus onze anos, e ele realmente não perderia tempo de destruir o salão comunal da Lufa-Lufa. — Ah-rá! Então ele destruiria outro salão, não destruiria? — Não! Bom... Talvez o da Sonserina ele acharia engraçado, mas não colocaria em prática. Remus não é do tipo destruidor de coisas, ele não faria isso. Qual objetivo? — Eu não sei... – ela resmungou, apoiando os cotovelos na mesa. — Black! Thomas! – a voz ranzinza de Madame Prince soou como um apito em minha orelha – De volta ao trabalho, seus preguiçosos. O dia passou rapidamente, eu e Gracie almoçamos juntos, eu não tinha outra opção. Pedro, James e Remus estavam no vilarejo, enchendo a barriga de cerveja amanteigada e doces. Enquanto eu estava em Hogwarts, brincando de elfo doméstico com Gracie Thomas nos meus calcanhares, naquela biblioteca fedida. No domingo, nós ficamos detidos até o meio-dia na biblioteca. Gracie falava o tempo todo. Muita coisa meus ouvidos não registravam, mas ela fazia questão de ser cordial e agradável o tempo todo. E isso me irritava extremamente. Por que raios ela tinha que ser legal comigo? Se ela estava ali, era por minha causa. E na quarta feira, isso já estava começando a pesar demais na minha consciência. Eu sentei em uma cadeira e admirei a enorme prateleira cheia de livros, estava tão limpa que poderiam usar os livros como pratos. Gracie cantarolava qualquer música, quando arrastou uma cadeira para o meu lado, arrancando olhares furiosos se alguns nerds da Corvinal. — O que você tem hoje, Black? Está quieto demais. — Estava pensando que, usando magia, eu resolveria este nosso problema empoeirado em um piscar de olhos. — Já que a gente está convivendo todos estes dias, e tem mais alguns pela frente, acho que está na hora de oficializar a nossa situação. — Que situação, Thomas? — Situação de amigos – ela disse com um sorriso todo amoroso e estendeu sua mão, meio suja de poeira. E eu não poderia negar, poderia? Peguei a mão fofa e quase gordinha de Gracie e dei um beijo. Porque uma vez Sirius Black, sempre Sirius Black. Ela corou um pouco e disse: — Então é assim que os grifinórios selam uma amizade? — Eu não sei, mas eu sou um cavalheiro, antes de tudo. Que levou a pobre e quase indefesa Gracie parar naquela detenção demoníaca. Um espirro despertou a nossa atenção, era Remus, com uma cara esquisita. — Espero não estar atrapalhando nada... – ele disse polidamente. Gracie puxou sua mão de volta e sorriu lufamente para Remus. — Oi, Remus! Veio nos ajudar? — Er... Não, bom... Depende do ponto de vista. Vim dar um recado ao Sirius. — Ah! – ela disse meio surpresa. Eu que estava fingindo uma certa concentração em arrumar meu cabelo, senti um friozinho na barriga quando a sua voz calma chamou meu nome. Não me lembrava da última vez que ele havia chamado meu nome. Eu estava o evitando quanto podia, e aquela detenção estava ocupando um pouco a minha cabeça. Via Remus durante as aulas, como o de costume. Durante a tarde algumas vezes via seu cabelo castanho de relance nas mesas da biblioteca. Mas não ficava muito tempo espionando-o, estava tentando seguir o conselho de James a risca. E de noite, eu caía direto na cama de cansaço, sem tempo para conversas noturnas. — Sirius... – ele disse, procurando meus olhos – O prof. Binns pediu pra te avisar que a sua prova vai ser na sexta feira. Pra você estudar, porque está difícil. — Hm... Ok. Prova. Na sexta. Acho que me vou me lembrar... Remus bufou e Gracie se virou, toda interessada na "conversa". — Perdeu prova é, Sirius? — Por que você acha que eu estou de detenção? – respondi meio irritado, tentando arrumar meu cabelo decentemente, afinal, tínhamos visitas. Eu estava perdendo a minha dignidade por completo. Todo empoeirado, o cabelo de James parecia estar mais arrumado que o meu, fazendo amizade com uma lufa graciosa, que por sinal, deu em cima do meu quase ex-futuro namorado. Como o mundo estava girando rápido — Espera, Sirius, deixa que eu te ajudo. — Não! – eu disse me levantando – Não gosto que mexam no meu cabelo! — Por quê? – ela perguntou, parecendo se divertir com a idéia. — Porque sim, Senhorita Amarelinha – falei, me esquivando das mãozinhas amigas de Gracie. — E ele disse que... – Remus continuou a falar, parado vendo Gracie andar atrás de mim, com aquele espírito lufo de ser, querendo ajudar o pobre Sirius arrumar os cabelos despenteados. – Que vai cair toda a biografia da... — Vai, Sirius, vem aqui. — Da Helga, e também disse que... — Sai daqui, sua lufa chata. Tira a mão... Sai, sai! — Bom, Sirius, eu estou indo e... — Thomas, pare de mexer no meu cabelo – reclamei, enquanto ela desembaraçava uns fios – Ai, AI! — Quanto tempo você não penteia este cabelo? – ela perguntou por fim, arrumando meu cabelo em um rabo de cavalo. — Gracie, por que você simplesmente não pára com isso? – Remus perguntou, parecendo meio irritado com a situação. Eu e Gracie nos entreolhamos, sem entender nada. Ela fez uma cara que classifico de "profundamente chateada por cinco segundos", e já abriu um sorrisinho sem graça. — Sirius, prova sexta feira. Leia o livro todo – ele repetiu irritado – Até mais tarde. Remus deu passos firmes e sumiu por entre as prateleiras limpíssimas da biblioteca. — O que deu nele? – ela perguntou. — Não tenho a mínima idéia. — Prova sobre o quê sexta? — Sobre a Helga Hufflepuff... — Sério?! – seus olhos brilharam de alegria. Mais um pouco, começava chover estrelinhas com o emblema da Lufa-Lufa em cada uma delas. — Eu posso te ajudar com isso, você sabe, não sabe? É, eu sabia. Sabia que Gracie poderia mover mundos e fundos para seu mais novo melhor amigo. E eu estava completamente irritado com aquilo. Me sentindo extremamente culpado com aquela situação patética de detenção. Eu realmente não me lembrava de ter deixado o salão comunal da Lufa-Lufa em estado de miséria. Mentira minha. Eu estava com raiva e... Bom, agora já foi. Durante as horas entre as prateleiras empoeiradas (e outras nem tanto assim), Gracie me explicou tudo e mais um pouco sobre a Helga Hufflepuff e seus dons de cura, de herbologia, conceitos, defeitos e até gastronomia. E se hoje eu gostava de suco de abóbora, era por causa de Helga Hufflepuff. Eu isso me irritava. Subi as escadas em caracol da Grifinória, arrastando a minha mochila (e a minha culpa!) por todos os degraus, chamando atenção de algumas pessoas que estavam no salão comunal. E me joguei na cama de Remus. Eu estava começando a esquecer aquele cheiro de Remus. Afofei o rosto cansado em seu travesseiro. Cheirava chá, baunilha e pergaminho. Tudo ao mesmo tempo. Eu precisava arranjar motivos pra odiar os lufos, da onde eu não sei, mas eu precisava aliviar aquele sentimento de culpa. Nem que seja por alguns instantes felizes. Puxei a mochila, tinta e pergaminho. Ok. Vamos lá, seria fácil, era só pensar nos últimos transtornos que eles causaram em minha vida. Eu não só daria um motivo, eu escreveria dez. Dez motivos. E mostraria ao Remus. Não eram motivos que ele queria? Ele teria um pra cada dia da semana e três de bônus; por ser um lobinho exemplar e questionador de cachorros indefesos que defendem sua propriedade com unhas, dentes e patas firmes. Então comecei a escrever: 10 motivos para odiar lufa-lufas, por Sirius Black. 0. Porque assim Sirius Black quis. 1. Porque ficam de namorico com o seu lobisomem preferido. 2. Porque eles são terrivelmente agradáveis e querem te ajudar toda hora. 2.2. Mesmo se você for o motivo da desgraça deles. 3. Porque eles ficam te abraçando e sofrem de uma carência afetiva alarmante. 4. Porque eles são lufamente teimosos e insistem em mexer no seu cabelo, mesmo que você seja contra. 5. Porque eles são legais quando deveriam ser chatos. Extremamente chatos. 6. Porque... Porque sim. 7. Porque eles te dão apelidos constrangedores. Não, não. Apelido constrangedor é com a peituda da Elle. Reli a lista duas mil vezes, eu só precisava de mais cinco motivos. Remus não aceitaria um "porque sim", apesar de ser uma resposta muito plausível e significativa. Eu queria muito terminar com aquilo tudo, queria mesmo. Mas estava começando ficar difícil achar os motivos. Aquilo estava se tornando terrivelmente irritante. Eu os odiava. De verdade. Então, por que raios era tão difícil colocar isso no papel? Só porque Gracie se mostrou uma pessoa legal nos últimos dias? Só porque ela não me dava apelidos e, de certa forma, ria das minhas piadas? Só porque ela estava agüentando firmemente as minhas mudanças de humor e os meus ataques de eu-sou-muito-bom-em-DCAT? E porque ela era tão irritantemente lufa que estava se tornando impossível não gostar dela? Ótimo. Era um bom motivo aquele. 6. Porque são tão lufos e que mal se pode odiá-los por cinco minutos. Reli a lista mais uma vez, estava um pouco redundante, mas ninguém pode ser perfeito. A porta se abriu e Rabicho apareceu, juntamente com Remus. Gelei. Enfiei o pergaminho no primeiro livro que encontrei. — Estudando, Almofadinhas? – Rabicho disse, colocando a mão sobre a minha testa. — Sai daqui, Rabicho – eu disse tirando a mão dele da minha testa – Não se pode mais organizar as anotações das aulas, hein? — Acho que os ares da biblioteca estão fazendo mal pra você, Almofadinhas – ele respondeu parecendo sério, procurando no olhar de Remus algum apoio. — É... – Remus concordou secamente — Menos trabalho pra mim, que sempre acaba organizando uma coisa ou outra. Aliás, Sirius, estou gostando de ver, pra quem odiava lufos, você está se saindo bem com eles, não? — Como se eu tivesse escolha... – eu falei me levantando da cama de Remus. Ele não parecia muito feliz de me ver lá. — Já estudou pra sua prova? — Já. Gracie me contou tudo sobre Helga e suas peripécias lufas no ano de mil trocentos e bolinha. Ele me lançou um olhar surpreso e saiu do quarto, assim como fez na biblioteca, mais cedo. Lobisomens são seres temperamentais. Sexta feira. Último dia de detenção. E mais tarde prova. E seria um grifinório livre novamente. Durante o café da manhã, não pude deixar de notar o sorriso maroto de Pontas. Parecia estar muito satisfeito comendo suas panquecas lambuzadas de geléia de amora. — Juro que você está me incomodando com este sorriso, Pontas – eu disse, me servindo de panquecas também. — O que está acontecendo? — Tudo está acontecendo, meu caro Almofadinhas. Tudo! – ele enfiou um bom pedaço de panqueca com geléia na boca e lambeu os dedos. — James? — Hmm... – disse enquanto mastigava. — Desembucha. — Hm... Não sei o que você fez pro Remus, mas bem, ele anda todo transtornado. — Anda? — Lógico que sim! Ele mal tem comido, faz plantão na biblioteca e fica resmungando sobre você estar certo sobre os lufos. — Haha! Você só PODE estar brincando, Pontas! – eu disse empolgado, passando geléia nas minhas panquecas. De repente, me deu uma fome como há muito não acontecia. — Sério! – ele ajeitou os óculos no rosto – Tem sido divertido observar vocês dois. Bando de gente louca. — Então você acha que... Que eu deva falar com ele? — Não, ainda não – James ponderou, roubando uma das minhas panquecas, visto que já tinha devorado as suas. — Ele vai vir falar com você, e eu realmente não quero estar por perto... – e aqui, James corou um pouco, despejando quase toda a geléia do pote em um pedaço mínimo de panqueca. — Hmmm... – e lambeu os dedos novamente. — Por que você sempre rouba minha comida, James? Eu também gosto de geléia. — Teu negócio é lobisomem, vai sai daqui – disse me acotovelando - Deixa que de frutinhas silvestres cuido eu. Já cuidei de vocês dois mesmo, né? Frutinhas peludas. O dia se arrastou como pode. Eu estava inquieto, pudera... Prestei atenção em Remus como não fazia há um bom tempo. Ele parecia bastante compenetrado em suas anotações. Sentado com a coluna ereta, a mão direita trabalhando como sempre, anotando mais do que o necessário. Os cabelos castanhos claro caindo um pouco sobre a testa, o olhar um pouco distante talvez. Mas isso não significava muita coisa, Remus não gostava muito de Poções, e como qualquer aluno normal, deixava-se vagar durante alguns minutos. Já na biblioteca, Gracie parecia um pouco abatida. Talvez aquele cheio de limpeza estava fazendo mal. Ou não. Ela colocou o último livro na prateleira e estava feito. Estávamos livres. — Ahhhhhh... – Gracie suspirou longamente, apoiando-se na estante. — É, acabou. — Graças a Merlin! – eu disse feliz, arrumando as minhas coisas. — Então... – ela disse se aproximando – Foi bom te conhecer, Black – e estendeu sua mão. — Por quê? Você vai morrer ou coisa do tipo? – perguntei olhando sua mão fofa estendida. — Bom, porque agora você vai voltar pra sua vida de "eu sou gostosão, olhem só meus cabelos" e não vai me ver mais nos corredores. Você sabe, lufos são drasticamente confundidos com moléculas de poeira. Talvez eu devesse acrescentar naquela minha listinha que lufos era dramáticos demais, e talvez deveríamos odiá-los por isso - ou pelo menos tentar, como eu vinha fazendo de uns tempos pra cá. — Qual é, Thomas? Por que você tem que ser tão dramática? Eu sou chato, mas nem tanto. — Hm... Sei... Remus tem andando um pouco estranho. Se eu que, tecnicamente, convivo mais com ele do que você, ele tem me tratado meio... Não sei. — É, eu sei – disse sem pensar. — Ele disse alguma coisa pra você? Sobre nós? — Nós quem? Eu, você e os livros ou então você e... ele? – perguntei meio apreensivo, estralando os dedos. — Eu e Remus... Bom, resumindo. Eu gostava dele, ele não gosta de mim. E tem me evitado muito. E não querendo te ofender, Sirius, porque eu percebi que você até que é um cara legal. Mas se o Remus está agindo assim comigo, daqui a pouco, você vai fingir que não me vê nos corredores. — Gracie... — Então, é melhor assim. — Isso é mal humor, Remus é um sujeito meio mal humorado. Está querendo te poupar, até parece que não o conhece. — Pode ser... — Sem dramas, Senhorita Lufa. Te vejo por ai, Gracie – falei, colocando a mochila pesada nas costas - E eu vou te ver, e berrar seu nome pelo corredor, só porque você duvidou da minha nobreza grifinória. — Haha! Você está mais pra sonserino nobre, se é que me entende. E quando estava pronto pra ir embora, Gracie me abraçou. Esta demorando. Ela quase esmagou meus ossos e fez suco de Sirius Black. Gracie gostava deste tipo de coisa. E não dá pra se acostumar nunca com isso, nunca. — Ok, Gracie – falei tentando me afastar – Eu preciso dos meus pulmões e costelas pra prova de agora, certo? Ela se afastou – e eu dei graças! – dei um beijo em sua bochecha, e estava feliz saindo daquela biblioteca, quando tropecei com Remus na porta. — Aluado! – eu disse, tomando um susto. — Hey. Tem um minuto? Minhas pernas se tornaram geléias de amora. Oh, meu deus. Passei tempo demais com a Gracie. — Eu queria te desejar boa prova. — E desde quando eu preciso de desejos de boa prova? – eu sorri, quase que irritado. Boa prova? Isso não era o que estava querendo escutar, nem de longe. — Eu tenho que ir agora, estou quase me atrasando. Quando estava quase virando o corredor, escutei Remus me chamar. — Eu preciso falar com você! — ENTÃO FALA! – eu berrei e isso fez um eco danado. Remus bufou e me censurou com os olhos. — Depois da prova, lá na árvore. E o "depois da prova" pareceu demorar mais do que a minha vida toda e mais um pouco. Eu não via a hora de me livrar daquela maldita prova, que tinha não sei quantos metros de pergaminho. Quanto mais eu respondia, mais tinha que responder. Quando finalmente terminei, joguei o rolo quilométrico de pergaminho nas fuças do prof. Binns. Escutei ele reclamar alguma coisa, mas bobagem! Que venha mais uma detenção! Eu precisava respirar ar puro, nada de cheiro de limpeza, muito menos poeira. Sai correndo pelos jardins, a noite estava caindo e Remus me esperava, encostado na árvore, olhando para o lago. Joguei minha mala no chão e me coloquei ao seu lado. Ele me olhou e segurou um sorriso. — Almofadinhas, você virou amigo da Gracie Thomas, não virou? – ele perguntou todo questionador. E por que RAIOS ele estava falando na Gracie? Qual era o problema do Remus? Talvez eu devesse abandonar a idéia de odiar lufos e começar a odiar lobisomens, principalmente se atenderem por Remus John Lupin. — Bom... Digamos que... — Então porque achei isso? – ele disse, tirando algo do bolso da sua capa preta. E foi aqui que meu mundo caiu. Não era pra ele ver aquilo. Não agora. — Você virou amigo da Gracie e mesmo assim ainda odeia ela? — Você andou mexendo nas minhas coisas, Aluado!? – eu disse, tentando apanhar a lista da mão dele. Ele colocou o papel atrás das costas e tomou uma distância segura de mim. — Eu abri um dos meus livros durante a aula de Poções e vi isso, no meio deles. Malditos livros! — Não vai se explicar? – ele continuou, parecendo bastante satisfeito. — Você queria motivos, não queria? – falei irritado, cruzando os braços de costas pra ele. — Se você me dá licença... Dez motivos para odiar lufa lufas, por Sirius Black – ele leu – E Remus Lupin. Como assim, "e Remus Lupin"? — Porque assim quiseram Sirius Black e Remus Lupin – ele continuou a ler. Me virei e encontrei Aluado, com as bochechas extremamente vermelhas, segurando com uma força desnecessária o pedaço de pergaminho. E ele usava vestes da Lufa-Lufa. Da Lufa-Lufa. Estavam maiores que ele, mas não deixava de ser adorável. A capa preta jogada na grama e aquele uniforme amarelo, o qual eu já estava aprendendo a me acostumar. – Um: porque eles ficam de namorico com seu lobisomem preferido e pelo seu cachorro pulguento. "2. Porque eles são terrivelmente agradáveis e querem te ajudar toda hora. 2. 1. Mesmo se você for o motivo da desgraça deles. 3. Porque eles ficam te abraçando e sofrem de uma carência afetiva alarmante. 4. Porque eles são lufamente teimosos e insistem em mexer no seu cabelo, mesmo que você seja contra. 4.1. No cabelo que antes, só você tinha o direito de mexer e pentear. 5. Porque eles são legais quando deveriam ser chatos. Extremamente chatos. 6. Porque são tão lufos e que mal se pode odiá-los por cinco minutos. 7. Porque eles fazem Sirius Black se interessar por bibliotecas. 7.1. Coisa que você vem tentando fazer desde que o conhece. 8. Porque eles são extremamente assanhados e ficam abraçando seu cachorro pulguento preferido de cinco em cinco minutos atrás das prateleiras da biblioteca. 8.1 E de vez em quando, conseguem arrancar beijos na mão, coisa que nunca aconteceu com você. 9. Porque eles fazem Sirius Black estudar para provas do prof. Binns, mesmo que ele não precise disso. 10. Porque eles roubam seus amigos de você. 10.1 E seu quase futuro namorado". Quando ele terminou de ler, eu olhei para as minhas mãos para ver se ainda estavam inteiras, porque eu tive a ligeira impressão de ter derretido – ah, meu deus, estou me tornando um lufo mesmo! – durante a leitura. — Onze: porque eles te fazem se vestir de lufos, só pra você pensar que, quem sabe, possa se tornar tão interessante quanto eles. — Remus, eu... – e sorri, esticando todo o meu rosto, indo em sua direção. Ele ainda estava meio vermelho, e quente, senti isso quando nossas testas se encontraram. Ele passou as mãos pelos meus cabelos, os nossos narizes se encostando. — Então, quero saber se ainda tem vaga para o seu clubinho de odiadores de lufos? Eu dei risada. Remus deveria usar seu bom humor mais vezes ao dia. — Você pode ser o membro honorário, mas antes, vai ter que tirar esta roupa. Ele inclinou o pescoço e me beijou. Ele me beijou. Foi ele. E me senti o ser mais sublime, amado e lufo de todo o universo. Me beijar e beijar, com as mãos por de trás do meu cabelo, como querendo se assegurar que eu não sairia dali. Mas nem por todo ouro do mundo. Eu envolvi meus braços pela cintura de Remus, oh, eu precisava senti-lo mais perto e não achar que aquilo era mais um sonho frustrante. Ele sorriu e mordeu uma das minhas bochechas. É. Eu não estava sonhando. Não estava acontecendo nada de extraordinário ou algo romanticamente idiota que aparecem nestes livros. Porque ali, quem estava fazendo a diferença, éramos nós dois. — Sirius... – ele disse, entre um beijo e outro. — Está escutando isso? — Hm... Me virei e vi Pontas puxando Rabicho por um braço, que ria descontroladamente. — Vamos... Depois você fala! – Pontas berrou, desesperado, tentando levar o gorducho pra longe. — Mas eu PRECISO! HAHAHAHAHA! EU ENTENDI, EU ENTENDI! GLÂNDULAS MAMÁRIAS!

FIM

Todos os direitos reservados ao blog "Hebert & Mais" e a autora Lívia Bloondshpy, qualquer forma de reprodução da obra é proibida.

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AGRADECIMENTOS:

Lívia: ACABOU! Nossa, vou sentir MUITAS saudades. Do Sirius, dos lufos e principalmente dos comentários de vcs aqui no Blog Hebert & Mais. Dos cinco minutos que vcs dedicaram a escrever uma review na caixinha de comentários. Muito obrigada, mesmo! Espero que tenham gostado do final, qualquer coisa, só comentar! E não se esqueça de colocar o e-mail na hora de fazer, senão a Pichi não aceita os coments ^_______^v Quero agradecer ao pessoal que está votando na fic, obrigadaaaaaaaaaa. Para as Antinhas e Nozes que fazem meu dia mais LUFO. Pra Cah, que fez outra capa pra fic. Ficou uma gracinha, não ficou? *-* Remus de uniforme da Lufa Lufa e a GRACIE! Huahauahua. Um ACHADO, não? E pra Guta Gyrra Gura! ;* Quero agradecer ao Hebert também que me deu espaço aqui no blog dele, brigado amigooo.. tee amoo, AAA eu tô negociando com o Hebert a 2° temporada viu, em breve aqui no blog!!! Beijos!

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